terça-feira, 19 de julho de 2011

Fotógrafo expõe turismo negro com imagens de Auschwitz e Chernobyl



O Fotógrafo também visitou o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia
A cada ano, cresce o número de pessoas que visitam atrações turísticas pouco convencionais, como Auschwitz e Chernobyl. Conhecido como "turismo negro", essa atividade engloba locais abandonados ou associados a grandes tragédias. Outros roteiros famosos deste tipo de passeio incluem visitas a masmorras medievais, cidades destruídas por guerras e há até quem pague para dormir em celas abandonadas da KBG, a polícia secreta da antiga União Soviética. Por ser um mercado de nicho, ainda há poucos números a seu respeito. No entanto, em Auschwitz, nem a forte crise internacional espantou os turistas. Em 2006, foram 1 milhão de turistas e, no ano passado, 1,3 milhão. 

Classificado como "imoral" por seus críticos, o turismo negro é o tema da exibição do fotógrafo inglês Darren Nisbett. A mostra "Chernobyl's Zone of Alienation" está em cartaz na Rhubarb & Custard, uma galeria fotográfica britânica em Birkshire, e mostra imagens desoladoras de um dos pincipais points do turismo negro: as cidades fantasma no entorno da usina nuclear de Chernobyl.

Além de Chernobyl, ele também já esteve em Auschwitz. Por que você acha que passeios de turismo negro têm ficado cada vez mais populares?

Eu acho que a maioria dos turistas está interessada na história desses lugares. Mas tudo depende do ponto de vista. Auschwitz é uma parte horrível da nossa história e é importante que o mundo jamais esqueça disso. Chernobyl se tornou uma cidade fantasma graças a uma tragédia, assim como Pompéia, que hoje é patrimônio mundial da UNESCO. Há vários castelos no interior da Inglaterra onde crianças brincham hoje em dia, mas que, no passado, foram palco de inúmeras chacinas e banho de sangue. Acho que é normal do ser humano olhar para o passado, seja simplesmente pelo conhecimento ou para romper limites das suas formas de expressão, como a fotografia, a pintura ou a literatura. 

“Auschwitz é vitima de sua própria popularidade. É tão cheio que mais parece um parque de diversões”


Por que você escolheu Chernobyl como matéria-prima do seu trabalho?

Quando eu tinha 11 anos e o vazamento da usina nuclear aconteceu, eu era novo demais para ter noção da escala daquele desastre. Mesmo assim, a história de Chernobyl reapareceu várias vezes para mim, seja em filmes ou video-games. Quando eu descobri que era possível realmente visitar a área de isolamento, não perdi tempo. Na primeira vez, fui mais pelas fotos, com uma fascinação meio mórbida pelo lugar. No entanto, na minha segunda viagem, senti mais afinidade com a cidade e fiz questão que as minhas fotos realmente fizessem algum bem e ajudassem as população dali a receber algo através de eventos de caridade, já que muitas áreas ainda estão expostas à radiação. 

Como foram suas viagens para Pripyat (cidade do cinturão de isolamento de Chernobyl) e Auschwitz? Qual é a sensação de visitar lugares com histórias tão "pesadas"?  

Auschwitz é vítima de sua própria popularidade. Quando fui lá, havia um número muito grande de guias que acompanhavam grupos grandes de pessoas. Parecia um parque de diversões. É difícil achar um lugar tranquilo para refletir sobre o que aconteceu ali. Pripyat, por sua vez, é desoladora de tão quieta. É como uma cidade presa dentro de uma cápsula do tempo por 25 anos. A completa falta de pessoas na região torna a experiência ainda mais impactante. No entanto, o lugar mais arrebatador que já visitei foi um museu de minas terrestres, no Camboja. O local tinha uma mostra de minas e fotos da carnificina que elas infligiram, além de dados sobre os incidentes com esse tipo de explosivo e o número de minas ativas em todo o mundo. É algo chocante. 

VEJA MAIS:

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/07/19/com-auschwitz-e-chernobyl-no-curriculo-fotografo-faz-exposicao-de-turismo-negro/

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